quinta-feira, 23 de abril de 2015

Vingadores: Era de Ultron | CRÍTICA


Quando o primeiro Vingadores estreou e nos proporcionou um espetáculo de super-heróis em equipe, todos ansiaram por novos encontros dos mesmos nos títulos seguintes da Fase 2 do Universo Cinematográfico Marvel. Decepção com uns, surpresa com Capitão América 2: O Soldado Invernal e Guardiões da Galáxia, a Era de Ultron vem não só pra trazer um inteligente vilão, mas também dar destaque e profundidade àqueles que salvam o dia.

Sem delongas, os primeiros minutos de Vingadores: Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron) já coloca a equipe formada por Homem de Ferro/Tony Stark (Robert Downey Jr.), Capitão América/Steve Rogers (Chris Evans), Viúva Negra/Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), Gavião Arqueiro/Clint Barton (Jeremy Renner), Thor (Chris Hemsworth) e Hulk/Bruce Banner (Mark Ruffalo) em guerra contra a HIDRA no Leste Europeu, tentando recuperar o Cetro de Loki. Entre os golpes combinados e diálogos bem humorados, uma melhoria em relação ao primeiro filme, conhecemos aos poucos a trama que vai carregar o título, envolvendo também os gêmeos Aprimorados Pietro (Aaron Taylor-Johnson) e Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e seus respectivos poderes de velocidade e telecinese.



Joss Whedon apresenta, então, uma história que é mais complexa do que a anterior, discutindo conceitos de inteligência artificial, pra variar, nas mãos de Stark, e os valores éticos de ser um super-herói. Por onde passam, um grande rastro de destruição é deixado, gerando muita discussão na equipe, Banner se sente angustiado pelas ações do Hulk, Stark e Rogers começam a divergir pensamentos (abrindo caminho para o que virá nos capítulos seguintes). Da Torre dos Vingadores, em Nova York, o time vai para a costa africana e de lá para Seoul, tudo para deter o recém-criado Ultron (James Spader), que leva os gêmeos consigo especialmente para dificultar o trabalho dos heróis, em especial com as alucinações de Wanda, que abrem espaço para a maior carga dramática do filme. Um acréscimo muito bem-vindo, até porque descobrimos que cada um ali é mais do que um sujeito que atira seus poderes contra inúmeros inimigos, quebrando aquele papo de bidimensionalidade. Alguns possuem família e querem tornar o mundo seguro, outros anseiam por uma vida mais pacata e até mesmo se apaixonar. Tony Stark deseja inovar mais e mais, sempre contornando os erros.



É difícil destacar qual é a melhor batalha, no meio de tantos incidentes. Cada combate é incrível, bem executado pelos atores cada vez mais entrosados, e uma montagem com cortes sempre ágeis e atraentes, sempre trazendo um timing ideal e surpresas das mais divertidas (ou não). Se as combinações de poderes entre Thor, Capitão América e Homem de Ferro já eram empolgantes no primeiro filme, aqui a dose é bem maior e cada vez mais inventiva, até porque o time aumenta quando se aproxima do clímax na cidade de Sokovia dominada por legiões de réplicas do Ultron. 

Por outro lado, é bastante perceptível o destaque dado ao Capitão América, cada vez mais um líder influente e um ótimo lutador, e ao Gavião Arqueiro, revelando ser um agente que equilibra o time e agora um personagem mais estimado. É com surpresa, também, que podemos apreciar atuações de atores veteranos, ainda que em participações menores, de Stellan Skarsgård retornando ao seu papel de Dr. Selvig, Julie Delpy como uma antiga instrutora de Natasha Romanoff (ligando a uma passagem apresentada na série Agent Carter), e Andy Serkis como Ulysses Klaw, um traficante de vibranium que pode ter maior destaque no vindouro Pantera Negra. Já o sempre interessante Paul Bettany tem finalmente a chance de mostrar que manda bem na ação física também, deixando de ser apenas o elegante sistema de voz JARVIS.


Há, no entanto, alguns deslizes em Vingadores: Era de Ultron. Querendo fornecer mais detalhes para si, a narrativa começa a retratar passagens em cenários que muitas vezes caem logo em desuso, servindo apenas para fornecer revelações para alguns personagens. O próprio Ultron é desenvolvido rápido demais e sua personalidade aterrorizante é por vezes comprometida pela ironia ditada no texto ao ator, ainda que isso seja bastante considerável, visto que o vilão tira muitos ditados conhecidos e os utiliza a seu bel-prazer. Para completar, infelizmente a apresentação 3D continua não acrescentando quase nada nos filmes da Marvel, algo que precisa ter mais atenção nas próximas produções.

Mostrando que os Vingadores são vulneráveis e capazes de sangrar, mas que também, em meio ao caos, encontram o momento exato para uma boa piadinha entre amigos, olhando para trás, Vingadores: Era de Ultron mostra como o seu universo está amadurecido e consolidado, estabelecendo, ainda que sem dar muitas dicas, o longo, desafiador e senão épico caminho que será a Fase 3, tendo como maior aliado seu inigualável bom humor.



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