quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Como Sobreviver A Um Ataque Zumbi | CRÍTICA



Entre tantas modas (ou apostas) que o mercado literário ou cinematográfico lança para o público teen, parece que os zumbis ficarão por um longo tempo vagando pelo gosto popular, deixando de ser apenas um elemento de filmes de terror. Hoje, na verdade, tornou-se divertido acompanhar as jornadas de heróis em formação, cujo maior desafio é derrotar as massas de mortos-vivos sempre com recursos (e até estratégias) escassos. Enquanto a premissa básica entre títulos segue praticamente intacta e as metáforas variam timidamente, Como Sobreviver A Um Ataque Zumbi preocupa-se mais na diversão e no resgate das comédias com os hormônios a flor da pele.

Ben (Tye Sheridan), Carter (Logan Miller) e Augie (Joey Morgan) são jovens remanescentes de um grupo de escoteiros que já não consegue recrutar novos garotos, mas o líder Roger (David Koechner) não perde a pompa (nem a peruca...). No dia em que este quarteto do escotismo se prepara para fazer um acampamento na floresta, e assim condecorar o glutão Augie com mais um distintivo, coisas estranhas acontecem na cidade, a começar pelo que presenciamos na cena inicial. O apaixonado Ben e o tarado Carter, no entanto, não querem essa vida solene de bons moços e ao saberem que a turma da irmã mais velha de Carter (Halston Sage, de novo pouco aproveitada para ser um interesse romântico) fará uma festa secreta, ambos decidem deixar de lado o melhor amigo (que é solitário e órfão) e buscar uma tentativa de sexo. Seus planos seriam frustrados, é claro, a partir do momento em que o líder dos escoteiros não aparece para o acampamento, e nessa viagem de volta à cidade, o que encontram é um cenário de uma verdadeira baderna e desolação.


Não espere que Como Sobreviver A Um Ataque Zumbi (Scouts Guide To The Zombie Apocalypse) seja um filme reflexivo que traz uma mensagem por trás do conceito do ataque de mortos-vivos (como é o caso no tímido Meu Namorado É Um Zumbi), aqui impera o deboche e a reciclagem de elementos tão comuns nas obras, o que não deixa de ser divertido. Desde o contato com o "paciente zero" até as passagens em lojas para angariar "munições", o diretor e co-roteirista Christopher Landon sabe brincar com o que está em jogo, e cria sequências pra lá de engraçadas com recursos modernos, misturado ao bom e velho pastelão, a notar pela ação da vizinhança zumbi dos garotos. Enquanto o escotismo empodera o trio de garotos com habilidades que lhes serão úteis em algum momento, principalmente na hilária cena do mendigo com camiseta de Britney Spears, há um apelo para as gags de cunho sexual, e inclua aí palavras e muito tato, coisas que hoje ficam meio veladas após o halo de fofura que as adaptações dos livros de John Green enfeitaram os teen movies.

Excetuando o trio escoteiro, quem se destaca mais é a personagem de Sarah Dumont, a garçonete de um clube de strippers. É Denise quem compra a cerveja para os garotos e que também vai dar as lições de vida para eles (e um pouco de excitação, diga-se de passagem), mas sua personalidade forte, ainda que emulada de outras mulheres duronas do cinema, conseguiria render um bom filme solo. Quem sabe tenha uma continuação futuramente, mas é interessante notar que, desta vez, o apocalipse não é global. Ao som de um clássico do Scorpions e de outras músicas contemporâneas, não há nada mal em fazer algo antiquado, sendo descolado, e poder se render um tanto à perversão e salvar a cidade.



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